HOMENAGEM ÀS MÃES PELO SEU DIA
A bênção, mães!
Culta leitora,
não menos ilustrado leitor, o calendário afetivo alerta que este domingo é o
dia dedicado às mães. Por isso, esqueçamos, por algumas horas, dos
desabamentos, das mazelas dos maus políticos, dos dramas que afligem pessoas no
mundo inteiro e redobremos nossas orações por elas. Sem a mesma inspiração dos
grandes mestres, a coluna pede a devida vênia para reverenciá-las com o poema
do imortal Carlos Drummond de Andrade.
Para Sempre
Por que Deus
permite
que as mães
vão-se embora?
Mãe não tem
limite,
é tempo sem
hora,
luz que não
apaga
quando sopra o
vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele
enrugada,
água pura, ar
puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é
breve e passa
sem deixar
vestígio.
Mãe, na sua
graça,
é eternidade.
Por que Deus se
lembra
- mistério
profundo -
de tirá-la um
dia?
Fosse eu Rei do
Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre
nunca,
mãe ficará
sempre
junto de seu
filho
e ele, velho
embora,
será pequenino
feito grão de
milho.
Carlos Drummond
de Andrade
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