COLUNA DE 25 DE AGOSTO
Nem sempre é bom recordar
Há 57 anos, em 25 de agosto de 1961, o Brasil acordava
atônito. Nem bem completados 8 meses de sua posse, Jânio Quadros renunciava ao
cargo de presidente da República. Figura contraditória da política, o
campo-grandense foi enfático ao justificar a saída pelas portas do fundo:
“Forças terríveis se lançaram contra mim”.
As grandes façanhas
No curtíssimo mandato, o esquisito cidadão se destacou por medidas hilárias. Inicialmente, proibiu o biquíni na transmissão televisada dos concursos de miss, vetou as rinhas de galo, o lança-perfume em bailes de carnaval e regulamentou o jogo carteado. Também planejou anexar a Guiana Francesa, tendo enviado tal ordem ao governador do Amapá, Moura Cavalcanti, além de condecorar Che Guevara
Folclore riquíssimo
Dizem os críticos que Jânio frequentava, todas as noites, o cinema do Palácio do Alvorada onde assistia aos filmes em companhia de uma ou duas garrafas de uísque. Garantem que, na manhã da renúncia, o presidente foi abordado pelo fiel escudeiro Quintanilha Ribeiro que lhe disse: “Acorde, Presidente!”. Jânio perguntou o porquê e Quintanilha foi breve: “Por que o senhor renunciou ontem à noite”. E o já ex-presidente disse: “Eu renunciei? Que fogo, hein Quintanilha!”.
Sem papas na língua
Certa vez, Jânio participou de uma
feijoada na casa do político Wilson Raal. Mesa cheia de amigos, o anfitrião
incita o ex-presidente a aproveitar o momento e contar por que havia
renunciado. Jânio ficou vermelho, inflou o peito e, como se fosse explodir,
disse: “Dir-te-ei, Wilson. Dir-te-ei. Perguntaste, queres resposta. Tê-la-ás,
Wilson! Renunciei à Presidência porque a comida do Palácio da Alvorada era uma
merda! Uma merda, Wilson, como a da tua casa!” Levantou-se e foi embora.
Para fechar
Com a renúncia de Jânio Quadros, assumiu o vice João
Goulart. O país viveu dias agitadíssimos e o gaúcho acabou sendo derrubado por um
golpe militar. Daí adveio a ditadura que se prolongou até 1985.
Professor Valdir Andrêo
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