COLUNA DE 23 DE JANEIRO
O primeiro ninguém esquece
O novo ano letivo que se inicia, faz-nos
recordar do início da carreira no magistério oficial, lecionando Francês, no
Cene de Tupi Paulista. Era 1965 e, por sugestão do saudoso professor José
Florentino, fui buscar hospedagem no hotel São Bento, situado numa esquina da
rua Tiradentes, diante da residência oficial do promotor de Justiça da comarca
e do posto da Companhia Telefônica da Alta Paulista (CTAP).
* Se a memória não falha, eram 27
quartos simples e os banheiros coletivos. Apenas quatro aposentos eram
individuais: os que abrigavam o delegado de polícia (dr. Rodolfo), o
inesquecível clínico geral José Esteves Andrade, o aposentado Eulógio Sanches
(emprestava dinheiros a juros) e o professor Marciano, este porque seu
alojamento era muito pequeno. As demais dependências eram preenchidas por
duplas de professores e professoras. A cúpula do São Bento era bastante enxuta,
composta dos proprietários Alberto Cruz e esposa Lisete; dona Luiza, chefe da
cozinha; e Geraldo, o quarteiro.
* A convivência entre os moradores era
boa, com apenas algumas rusgas. Consideradas comuns, já que muitos dos hóspedes
vinham dos mais diversos rincões do estado. Se fosse uma crise nervosa, o dr.
José receitava um calmante e tudo voltava ao normal. Afinal, de vez em quando
as professoras casadas sentiam muita saudade de esposos e filhos.
* Entre 1965 e 1967, convivemos mais
diretamente com os professores Marcelo (companheiro de quarto), Alfio Caramigo,
Estevão Paley, Marciano Vasconcellos, Marilene Grillo, Dora. Também com o
Leonel que respondia pela gerência da Casa Buri. Quando das viagens periódicas
para Bauru, este que vos escreve era acompanhado pelo dr. José. Caçávamos
carona e, uma vez, o trajeto foi feito a bordo da cabine de um caminhão de
transportes de suínos.
* De vez em quando, moradores do São
Bento aprontavam. De certa feita, para ódio do “seu” Alberto, um hóspede
“afanou” um frango do galinheiro que ficava nos fundos e armou um banquete, num
bar da estação rodoviária. Por ocasião das festas juninas, sempre aparecia
alguém para estourar bombas diante dos quartos.
* Hotel simples, o estabelecimento
servia comida tipicamente caseira. Quando o cardápio oferecia carne cozida e
alguém não gostava, dona Luiza fritava um ovo para substituição. O menu do
almoço de domingo era unanimidade: maionese, macarronada e bife à milanesa.
Na foto de um amador, registro de uma
confraternização. Da esquerda para a direita, podem ser identificados entre
outros: dr.Rodolfo, Lucia Dall’Orto, Ruth Palacios Dourado, Alberto Cruz,
Leonel, professora Lisete, Marilene Grilo, Geraldo quarteiro, Paley, Plauto,
Klein (Banco do Brasil), dr. José e Olavo (prefeitura)
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