COLUNA DE 4 DE ABRIL


‘Seu’ Zé, do Bidu

Se pudesse voltar no tempo, nesta noite de 4 de abril uma legião de amigos estaria no Bidu Bar, para festejar o aniversário de José Galvão de Oliveira. Oriundo de Araçatuba, José foi dono do Bidu, situado na avenida José Bonifácio, entre a Presidente Vargas e a Messias Ferreira da Palma. Enquanto permaneceu aberto, o estabelecimento notabilizou-se por reunir diversos segmentos da sociedade local. O sanduíche de pernil com queijo era a especialidade da casa.

Figura singular

José Galvão, além de uma grande figura humana, era um grande gozador. De certa feita, um antigo funcionário do Banco do Brasil encomendou um sanduíche de pernil. Quando o lanche chegou, o freguês resmungou que havia muito pouco recheio. Zé do Bidu que odiava o apelido, reforçou de tal modo os ingredientes que foi necessário o emprego de dois palitos de sorvete, cuidadosamente afiados por ele.

Perdeu dinheiro, mas se divertiu

O professor Jarbas de Barros, então delegado de ensino, também foi vítima de ‘seu’ Zé. Ele exigia que sua Brahma fosse estupidamente gelada e testava a tampinha, antes da abertura da garrafa. Determinada manhã, José só mergulhou o gargalo na salmoura da velha sorveteira. Quando Jarbas chegou, fez o teste e autorizou a abertura. Desnecessário informar que sua camisa e sua calça ficaram completamente encharcadas.

Master chef

No raro inverno dracenense, José Galvão separava uma noite de segunda-feira para uma suculenta sopa. Fregueses escolhidos a dedo eram avisados com antecedência e começavam a chegar ao bar, depois das dez da noite. Ninguém pagava pela comida, respondendo apenas pela bebida. Às vezes, o cardápio variava e era servido peixe ensopado com arroz branco.

Virou monotonia

Durante um bom período, Zé do Bidu foi dono de um Fiat 147. Certo dia, pediu que o colunista fosse avalista de um carro que ele financiaria na Caixa Federal. Perguntado sobre a marca do novo veículo, informou que era outro Fiat 147. Ao ser indagado sobre o fato de insistir na mesmice, explicou: “É que cansei de bater com o outro”.

Para fechar

Seriam necessárias muitas colunas para narrar as gozações de José Galvão. Fechamos com o presente que ele deu para um recém-nascido, filho de um frequentador contumaz do bar. Com pompa e circunstância, ele entregou um pacote finamente decorado ao amigo, por sinal professor. Quando chegou em casa e o abriu, diante da esposa emocionada, se deu conta da brincadeira: era uma caixa de chicletes Adams para o nenê de apenas alguns dias.

Professor Valdir Andrêo

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