COLUNA DE 30 DE MAIO
A
trágica sessão da meia-noite
“Do
Cine Alvorada só restam as paredes e as dependências administrativas. Um
incêndio que irrompeu por volta de pouco menos de uma hora da madrugada,
destruiu todo o telhado, forro, cortinas, tela e poltronas, causando um tremendo
alvoroço em pleno centro da cidade. As causas do sinistro são desconhecidas,
falam mesmo que atearam fogo na casa de espetáculos. A argumentação é que as
dependências administrativas teriam sido arrombadas e, posteriormente, o fogo
teria surgido. Às vezes, acidentalmente. Um perito que ontem esteve com sua
equipe, deverá apresentar as conclusões, semana que vem.
Na
derradeira sessão, foi exibido o velho filme ‘La Violetera’, com a já velhusca
Sarita Montiel. Para o futuro estavam programadas outras películas muito
conhecidas. Por volta de 4 horas da manhã, cessado o maior perigo, um cartaz de
propaganda anunciava, ironicamente, ‘E o Vento Levou’,um clássico
norte-americano com Clark Gable e Vivien Leigh.
O
prédio estava no seguro. No entanto, não se sabe se o tradicional cinema voltará
a funcionar naquele localque demandará uma reforma das maiores. Como sempre,
nas ocasiões de incêndio, comentou-se sobre a necessidade da implantação do
Corpo de Bombeiros. Esse assunto voltará a ser comentado no próximo incêndio...”
Sob
o título lá de cima, este texto sobre a destruição do Cine Alvorada, situado na
confluência das avenidas Presidente Vargas e Expedicionários, foi publicado por
mim, dia 21 de janeiro de 1978, na “Tribuna do Povo”. O bi-semanário era de
minha propriedade, adquirido do advogado José Vialle e – posteriormente –
negociado com o trio Carlos Roberto Marques, Odair de Andrade e José Narciso da
Conceição Gesteiro.
Professor
Valdir Andrêo
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