COLUNA DE 24 DE AGOSTO
O mês do cachorro louco
De acordo com o
jornalista Gustavo Vilela, o oitavo mês dos calendários juliano e gregoriano
poderia ser pulado da política brasileira. Com os seus longos 31 dias, agosto entrou
para a História do Brasil marcado por tragédias. Ao longo dos anos aconteceu de
tudo: de suicídio e renúncia de presidentes da República até mortes de ícones
da política nacional.
Tiro na madrugada
Em 24 de agosto de
1954, há exatos 65 anos, o presidente Getúlio Vargas suicidava-se no Palácio do
Catete, no Rio de Janeiro. O ex-ditador sofria com pressões do Congresso, para
passar suas medidas populistas. A frente mais agressiva era formada por membros
da União Democrática Nacional, liderada por Carlos Lacerda. Após um atentado
frustrado ao parlamentar udenista, a situação de Vargas tornou-se
insustentável. Ele que prometera não renunciar, preferiu se matar.
O homem da vassoura
Sete anos depois, em 25
de agosto de 1961, Jânio Quadros renunciou à presidência, alegando ser
pressionado por “forças ocultas incontroláveis”. Durante seu mandato, Quadros
desagradou o Congresso e a oposição, ao ensaiar uma aproximação com a União
Soviética e China. O ponto mais crítico foi a condecoração de Che Guevara com a
Ordem do Cruzeiro do Sul, título que homenageia pessoas notáveis nascidas fora
do país. De novo, Carlos Lacerda atuou decisivamente para a queda de outro
presidente.
Mais um
Presidente do país, de 1956 a 1961,
Juscelino Kubitschek morreu em um acidente de carro em 22 de agosto de 1976.
Faleceu também seu motorista, Geraldo Ribeiro. O veículo teria colidido com um
caminhão após ser atingido por um ônibus em alta velocidade, em viagem do Rio
de Janeiro para São Paulo. Por muito tempo se acreditou que a morte de JK seria
fruto de uma sabotagem de opositores políticos, pertencentes ao governo da
ditadura militar. A Comissão Nacional da Verdade, porém, concluiu, há pouco
tempo, que a morte foi mesmo causada por um acidente ocasional, sem
envolvimento de ninguém em causa proposital.
Para fechar
Também em agosto morreram Miguel
Arraes e seu neto Eduardo Campos. O avô, ex-governador de Pernambuco e símbolo
da esquerda, faleceu em 13 de agosto. Mesmo dia em que, no ano de 2014, Eduardo
sucumbiu, vítima de um acidente de avião em Santos, quando fazia campanha para
as eleições presidenciais daquele ano.
Professor Valdir Andrêo
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