COLUNA DE 27 DE AGOSTO

Ô tempo bom!

Amanhã, Tupi Paulista completa 78 anos. A data deve ser marcada por várias solenidades, discursos e outras atividades afins. Infelizmente, da programação não vai constar um amistoso do lendário Tupi Esporte Clube contra uma agremiação de grande destaque no estado. Após épicas participações em campeonatos da Federação Paulista de Futebol, durante a segunda metade do século passado, o TEC acabou desaparecendo.

O colunista que desembarcou em terras tupienses, em março de 1965, ainda teve a oportunidade de se admirar com a categoria de Belmar Ramos (Bananeira), Toninho Mariano, Dedé e outros craques já em fim de carreira. Também cansou de aplaudir a raça de Nezinho e Toninho Pioltine, atacantes que enfrentavam, sem temor, a violência dos zagueiros inimigos, seja no precário gramado do velho estádio da Rua Mauá, seja no território do adversário.

Inesquecível, também o fortíssimo time de veteranos, nos anos 1960 e 1970. Era apelidado de time rico, pois sua defesa era formada pelos gerentes de banco Dirceu (Bradesco), JacyKamiya (América do Sul) e Davi (Mercantil). O sistema defensivo era completado por JolandoGuizardi (contador do Mercantil) e Nivaldo (coletoria estadual). Bananeira e este jurássico colunista compunham o meio-campo e o ataque tinha Pioltine, Tupã (da farmácia), Hermes Dourado e Luiz Paulino. O feito mais comemorado foi uma sonora goleada de 8 a 0, sobre Lucélia, com 5 gols de Pioltine.

No profissionalismo, um jogo histórico. Pela 3ª Divisão de profissionais, Tupi e Tupã faziam uma partida equilibradíssima. Durante uma interrupção do jogo, o apitador sussurrou a Luiz Paulino (improvisado massagista do TEC) que poderia garantir a vitória do time da casa. Paulino transmitiu a mensagem ao presidente Cyro Silveira que desdenhou: “Não precisamos do juiz para ganhar”. Só que a equipe visitante começou a dominar e Cyrinho resolveu acatar a proposta. Durante outra interrupção, Paulino avisou o árbitro queaceitava o acordo. Para sua decepção, o ‘homem de preto’ foi categórico: “Agora é tarde, já acertei com o Tupã”. Que venceu por 2 a 1.
Além de se destacar como jogador de futebol, Belmar Ramos também atacava de narrador da rádio Brasil. Determinada noite, durante partida de vôlei no Tênis Clube, ouviu seu repórter de quadra assassinar o vernáculo, informando que o quadro da casa havia feito o dôzimo (sic) ponto. Bananeira comentou que seu auxiliar estava errado e recebeu de pronto a correção: “de fato, não é o dôzimo, é o trêzimo”.

Professor Valdir Andrêo

Veja as fotos


Nezinho e Tião (irmão do saudoso Toninho Mariano), antes de uma partida do Tupi Esporte Clube)


Bananeira, o colunista, Hermes e Tupã, durante “aquecimento” da equipe dos veteranos

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