COLUNA DE 29 DE AGOSTO
Rima com desgosto
A classe política abomina agosto. É que aquele
período do ano marcado por grandes tragédias, envolvendo personagens de enorme
relevo na história do país. Em 1954, no dia 24, o presidente Getúlio Vargas
suicidou-se, disparando um tiro contra o peito. Em 1976, vinte e dois anos
depois, Juscelino Kubistchek morreu em um acidente rodoviário, no momento em
que se preparava para retornar ao cenário político, depois de ser cassado pelo
golpe de 1964.
Em 25 de agosto de 1961, o excêntrico presidente
Jânio Quadros renunciou a seu mandato. Como justificativa para o ato grotesco,
argumentou que era pressionado por terríveis “forças ocultas”. Estava assim,
preparado o caminho para a ditadura.
Em agosto de 1969, vítima de trombose, o presidente
Arthur da Costa e Silva foi afastado do cargo, sendo substituído por um
triunvirato militar, composto pelos ministros do Exército, da Marinha e da
Aeronáutica. À época, Ulysses Guimarães, de forma jocosa, denominou o grupo de
“os três patetas”.
Também no mês, em 1992, eclodiu a crise que levou
ao impeachment de Fernando Collor cujo epílogo se deu em outubro. Agosto ainda
marca o falecimento do ex-governador pernambucano Miguel Arrais e de seu neto
Eduardo, ambos no dia 13. Eduardo morreu numa tragédia aérea em Santos, quando
iniciava campanha para as eleições presidenciais de 2018.
Para fechar, vale ressaltar que a maior crise do
governo Lula se deu em agosto, com o “mensalão”. Ironicamente, o periódico
norte-americano traduziu a crise como ‘big monthly allovance’ (grande pagamento
mensal).
Ainda restam dois dias para que o agosto de 2020 se
encerre. Multiplicam-se as orações para que nada aconteça de trágico, nestas
últimas 48 horas, antes da chegada de setembro.
Professor Valdir Andrêo
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