COLUNA DE 27 DE MARÇO - HOMENAGEM A ALFREDINHO

José Alfredo Alonso

Conheci Alfredinho num leito da Santa Casa, no início de 1965. Recém-chegado a Tupi Paulista para lecionar Português e Francês no Cene, fui levado ao hospital dracenense por seu colega Estêvão Paley que também começava a dar aulas de educação física, na minha mesma escola. Alfredo se recuperava dos ferimentos, surgidos de um entrevero com alguns integrantes da polícia militar daquele tempo e apresentava hematomas por todo o corpo. “Apanhei bonito e estou todo dolorido”, confessou ele.

A partir dali, estabelecemos uma amizade que sua morte não vai desfazer. Foi ele um dos responsáveis pela minha vinda para Dracena, em março de 1969. Vera Lopes Miranda, diretora do ginásio estadual II Unidade (que funcionava no prédio da antiga Escola de Comércio - rua Brasil) procurava um professor de Português. Por indicação de Alfredinho e de José Florentino de Souza Araújo, dona Vera bancou a contratação. Recordo que ambos foram a Tupi, comunicar o convite a bordo de um velho jipe.

A vinda para esta cidade reforçou o relacionamento, através de aperitivos, jogos de futsal (ele era um dos melhores goleiros da região) e reuniões na Comissão Central de Esportes da qual ele era presidente. Foi durante sua gestão que ficou pronto o ginásio de esportes “Dovilho Moura”. Acompanhamos também sua participação na política, como vereador.

Irrequieto por natureza, não levava desaforo para casa, qualquer que fosse o tamanho do oponente. Assistimos a duas brigas, dignas de cinema - uma no estádio Írio Spinardi, outra no final de um baile no Tupi Tênis Clube. Na última, o adversário tinha quase dois metros.

A última vez que nos encontramos foi no restaurante Cuca Fresca. À época, ele já residia em Araçatuba e me apresentou sua quarta esposa. Pouco tempo depois, ele ligou de sua casa e informou: “Valdir, parei de beber, o médico me proibiu”. Foi o derradeiro contato de um companheiro inesquecível.

Professor Valdir Andrêo 

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