COLUNA DE 16 DE FEVEREIRO - MINISTRO MARCOS PONTES

De volta ao passado

A rápida passagem de Marcos Pontes, ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações - por esta cidade - fez aflorar lembranças deste jurássico colunista. É que, durante alguns anos, frequentei a modesta casa de seus pais que ficava na vila Bela Vista, um dos mais conhecidos e tradicionais bairros de Bauru.

Na segunda metade dos anos 1950, meu pai era um conceituado alfaiate, com uma seleta clientela da qual fazia parte, entre outros, José Vicente Aiello, ex-vereador e prefeito. Francisco Andrêo (1916/1989) fazia os cortes dos ternos de casimira e os endereçava para seus oficiais. Entre eles, figurava o calceiro Virgílio Pontes, pai do astronauta que ainda não tinha nascido. Devia ser um excelente profissional, pois seu Chico era bastante exigente, um verdadeiro perfeccionista. 

Nas frequentes idas à casa de Virgilio, sempre havia oportunidade para um breve bate-papo com dona Zuleika Barros Pontes. A mãe do astronauta era uma senhora muito ativa e não recusava desafios. Tanto que, durante um certo tempo, tocou um bar na rua Araújo Leite, nas proximidades do centro da cidade.

O tempo passou, Francisco Andrêo mudou o rumo dos negócios e eu deixei de fazer o trajeto de 4 ou 5 quilômetros, a pé, dois a três dias por semana. Terminei o colegial e ingressei na faculdade, em março de 1961. Segundo informações, antes de se dedicar às confecções de calças, Virgílio fora eletricista aprendiz da Rede Ferroviária Federal, no setor de serviços gerais. Por seu turno, dona Zuleika teria exercido as funções de escriturária da Rede Federal. 

O ministro nasceu em 11 de março de 1963, quando o colunista já cursava o 3º ano de Letras e havia perdido o contato com seus pais. Uma convivência que levanta muitas saudades.

Professor Valdir Andrêo

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