COLUNA DE 4 DE AGOSTO

Por que não gostam dele ... 

Na mitologia política, agosto não costuma trazer boas notícias. Neste mês que se inicia, Getúlio Vargas se suicidou em 1954; Jânio Quadros renunciou em 1961; Juscelino Kubitschek morreu em um acidente de carro em 1976 e Eduardo Campos, em um acidente de avião em 2014. O agosto de 2016 chegou com uma dança das cadeiras que envolveu o processo de cassação de Eduardo Cunha e a votação definitiva do impeachment de Dilma Rousseff.

 

Comoção nacional

 

Evidente que o fato marcante de todos os agostos foi o suicídio de Getúlio Vargas, em 24 de agosto de 1954. Pressionado pela oposição e sem o apoio de muitos de seus correligionários, ele acabou desferindo um tiro contra o próprio peito. Com o país convulsionado, Café Filho assumiu a vice-presidência, até que Juscelino Kubitschek fosse eleito, no ano seguinte.

 

Tática fracassada

 

A nação também foi convulsionada pela renúncia de Jânio Quadros, em 25 de agosto de 1961, sete meses após ter assumido a presidência da República.Especula-se que a renúncia foi mais um dos atos espetaculares característicos do estilo de Jânio. Com ela, pretenderia causar uma grande comoção popular e o Congresso seria forçado a pedir seu retorno ao governo, o que lhe daria grandes poderes sobre o legislativo. Não foi o que aconteceu, porém. A renúncia foi aceita e a população se manteve indiferente.

 

Ainda persistem dúvidas

 

Juscelino morreu em um acidente de carro, quando se dirigia de São Paulo para o Rio. Segundo informações da época, o veículo teria colidido com um caminhão, após ser atingido por um ônibus em alta velocidade. Dois anos antes de morrer, JK recuperara seus direitos políticos, cassados após o golpe de 1964, e pretendia voltar à vida pública. A versão de que JK e o seu motorista Geraldo Ribeiro que também morreu no acidente, foram vítimas de um atentado arquitetado pelos militares foi apresentada pela Comissão Municipal da Verdade de São Paulo.

 

O “caçador de marajás”

 

Fernando Collor assumiu o cargo em 1990 e viu sua popularidade despencar. Atolado em uma crise política, cercado por denúncias e pressionado por uma CPI, começou a ser alvo de protestos nas ruas em agosto de 1992. No dia 13 daquele ano, ele pediu que o povo fosse às ruas no domingo seguinte, dia 16, vestindo verde e amarelo para apoiá-lo. Acabou provocando mais protestos contra ele e o crescimento da campanha "Fora Collor". A pressão aumentou, e o Congresso aprovou seu impeachment no mês seguinte.

 

Professor Valdir Andrêo


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